Aviso Agricola Dão Nº8/19

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VINHA

Mildio

O IPMA prevê ocorrência de precipitação para o final desta semana, início da próxima. A vinha encontra-se no estado de botões florais separados, apresentando forte crescimento. As chuvas irão encontrar a vinha desprotegida relativamente ao último tratamento recomendado para míldio. Deve renovar o tratamento para míldio, recorrendo a um produto de ação sistémica. Este tratamento deve ser efetuado de preferência, antes das chuvas previstas.

Oídio

Continue a manter a vinha protegida contra oídio.

Podridão negra (Black rot)

Na escolha do produto para míldio ou oídio opte por um que também tenha eficácia no controlo da podridão negra. Consulte a lista que acompanhou a anterior circular de aviso.
Nota: recordamos que as intervenções em verde, nomeadamente a monda de lançamentos, promovem o arejamento da sebe e melhoram a penetração das caldas no seu interior.

 

MACIEIRA

Pedrado

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera prevê para os próximos dias descida de temperatura e possibilidade de ocorrência de precipitação. Nos pomares onde ainda não existam manchas de pedrado, apenas se justifica a realização de tratamento caso se verifique a ocorrência de precipitação. Nos pomares com manchas, a ocorrência de humectação é suficiente para que surjam infeções secundárias.
Deste modo, aconselhamos a adoção da estratégia que melhor se aplica ao seu pomar em função das condições atuais e previstas.

Bichado-da-Fruta

Os ovos presentes na manga de postura no nosso Posto de Observação Biológica, já se encontram próximo da eclosão. Caso não tenha realizado o tratamento ovicida, recomendado na Circular de Aviso nº 6, aconselhamos tratamento com um produto de ação ovicida-larvicida. Consulte as condições de aplicação que constam no rótulo uma vez que estes produtos são eficazes se posicionados próximo da eclosão dos ovos, estado tradicionalmente designado por “cabeça negra”, antes das primeiras penetrações nos frutos.
Recomendamos realização de estimativa do risco no seu pomar a fim de avaliar a presença de Piolhos, Aranhiço vermelho e Cochonilha de São José. Algumas das sustâncias ativas homologadas para Bichado-da-Fruta encontram-se também autorizadas para estes inimigos, sendo possível visar num só tratamento várias finalidades.

Piolho Verde e Cinzento

Observe 100 rebentos ao acaso e trate apenas se registar 2 a 5 rebentos infestados com piolho cinzento e/ou 10 a 15 rebentos com piolho verde.

Aranhiço Vermelho

Recorra a uma lupa de bolso para determinar a percentagem de folhas ocupadas. Considera-se folha ocupada se apresentar pelo menos uma forma móvel. Observe 100 folhas, 2 folhas por árvore em 50 árvores, no terço inferior do ramo. Realize tratamento apenas se registar 50-65% de folhas ocupadas.

Cochonilha de São José

Já atingimos, nalguns Postos de Observação Biológica, o somatório de temperaturas necessário para a eclosão das ninfas de Cochonilha de São José. A incidência desta praga é localizada não se justificando, na maioria dos casos, um tratamento generalizado. Durante a próxima semana, aconselhamos tratamento apenas nas árvores infestadas. Opte por um produto que controle Bichado-da-Fruta e Cochonilha de São José.
Nota: os insetos auxiliares (ex. joaninhas, ácaros predadores, parasitoides, entre outros), desempenham um papel fundamental no controlo destes inimigos, sendo de limitar a aplicação de produtos fitofarmacêuticos ao mínimo indispensável. Quando necessário, escolha sempre o produto menos tóxico para estes insetos e para os insetos polinizadores.

 

CASTANHEIRO

Vespa das Galhas do Castanheiro

O ataque do inseto Dryocosmus kuriphilus, vulgarmente conhecido por Vespa das Galhas do Castanheiro, manifesta-se pela presença, na altura da rebentação, de galhas nos gomos e folhas. A luta biológica surge, até ao momento, como a forma mais eficaz de controlar esta praga e a ajuda de todos os produtores é imprescindível para o seu sucesso. Nesta altura, encontram-se a ser executadas largadas, em conjunto com os municípios, do inseto auxiliar o parasitoide Torimus sinensis. De modo a contribuir para que este inseto se estabeleça e auxilie no controlo da Vespa das Galhas do Castanheiro, é importante que não corte as galhas secas, em particular, nos locais onde foram efetuadas largadas no ano anterior, uma vez que o Torimus sinensis passa o inverno dentro delas. Não mobilize o solo até julho e partir desta altura controle as infestantes, preferencialmente, através de cortes. Não faça tratamentos com inseticidas pois para além de prejudicar as populações do inseto auxiliar, são ineficazes e não se encontram homologados.

Figura 1 – Exemplares do parasitoide Torimus sinensis

 

Figura 2 – Pormenor da galha formada pelo Dryocosmus kuriphilus com exemplar de Torimus sinensis após a largada

 

BATATEIRA

Epitrix papa e Epitrix cucumeris

São pequenos coleópteros pertencente à família das álticas ou “pulguinhas” (Figura 1), cujas larvas causam estragos nos tubérculos contribuindo para a desvalorização comercial da batata. O controlo desta praga baseia-se principalmente numa estratégia e recomendam-se as seguintes medidas: vigilância, principalmente na emergência das folhas, permite a deteção precoce da praga e/ou de sintomas (Figura 2); limpeza dos campos, destruição dos restos de cultura, eliminação das zorras e infestantes; rotação com culturas não solanáceas; recomenda-se que na colheita e na comercialização sejam minimizadas as quantidades de terra aderente. A deteção precoce permite posicionar o tratamento eficazmente e assim evitar as posturas e desenvolvimento de larvas causadoras dos estragos nos tubérculos (Figura 3). Encontram-se homologadas as substâncias ativas tiaclopride e acetamiprida. Para mais informações consulte aqui no sitio da internet da DGAV.

Figura 1 – Epitrix cucumeris (em cima) e Epitrix papa (em baixo) (© Jean-Francois Germain, LPNV Montpellier)

 

Figura 2 – Estragos causados pelos adultos nas folhas (© Catherine Chatot, Germicopa SAS, France)

 

Figura 3 – Estragos causados pelas larvas nos tubérculos (© Conceição Boavida, Instituto Nacional de Recursos Biológicos, Portugal)

 

Consulte o Boletim no Serviço Nacional de Avisos Agricolas: Aviso Agricola N.8

Fonte: Estação de Avisos do Dão